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O tamanho da sua raiva é proporcional ao tamanho da sua não decisão

O sentimento de raiva tem causas muito diferentes e seria impossível nomeá-las aqui. No entanto, uma coisa importante que precisamos levar em consideração é que a raiva é um sentimento secundário que está encobrindo um sentimento primário. No geral, é mais fácil sentir raiva do que tristeza, impotência, fragilidade, medo, vergonha ou abandono.

Sem nos darmos conta disso, e, consequentemente, sem termos clareza da verdadeira causa, vamos vivendo uma vida raivosa. Isso porque ao não entrarmos em contato com o real motivo que está por trás da raiva, não conseguimos sentir, acolher, elaborar e transformar o verdadeiro sentimento.

Por que a nossa não decisão tem relação com a raiva?

Tenho me deparado com uma causa específica que dispara a raiva: a falta de decisão! Mais especificamente, a falta de coragem de dizer o que quer ou não quer.

Mas como isso se dá?

Vamos supor que você sempre faz a festa de Natal na sua casa. Ou seja, é você quem tem todo o trabalho, todos os anos, de arrumar tudo e receber todos. Mas, nesse ano, você não quer fazer e comunica isso para a família: “Este ano, quero ir como convidada”.
Então, por exemplo, a sua sogra insiste ou faz algum tipo de chantagem emocional e você escuta coisas do tipo:

– Vou passar o Natal sozinha porque não tenho para onde ir.
– Coitada da minha filha! Está muito sobrecarregada e não tem como organizar a festa. A família está se desfazendo. Com tanta dor nas costas, não tenho como fazer na minha casa.

E, então, o que você faz? Cede e faz a festa na sua casa!

Com isso, começa a sentir uma raiva muito grande da sogra, dizendo que ela é uma manipuladora, folgada, que invade a sua vida e que abusa da sua boa vontade.

Analisando o caso

Vamos analisar esse caso com cuidado: de onde, na verdade, a raiva se originou? Será que ela está adequadamente direcionada? Qual a verdadeira causa?

Como costumo dizer, as pessoas fazem ou falam o que elas querem, de acordo com a forma como pensam ou com seus próprios desejos. E você também pode fazer o mesmo e apenas “pegar a carga do outro” se quiser.

No entanto, o desejo do outro é problema do outro, a não ser, claro, que você concorde ou queira fazer um agrado. Mas, nesse caso, você fica tão de acordo com a possibilidade de realizar o desejo do outro que isso realmente não é uma questão, é um prazer. Então está tudo certo! Todos ficam felizes!

Mas, se você não consegue dizer “não” e abre mão dos seus próprios desejos (não fazer a festa na sua casa), então uma grande raiva aparece. No entanto, se você colocar a raiva ou a culpa no outro, estará desconsiderando que quem tomou essa decisão foi você e isso quer dizer que a responsabilidade é inteiramente sua.

Não aguentar a culpa de desagradar faz com que você diga “sim” para as pessoas e “não” para você mesmo. E isso dá muita raiva! Falo muito sobre isso no texto já publicado, aqui nesse blog, chamado “A culpa é aquela que move as maiores montanhas”. Vale a pena ler!

Por isso, devemos considerar que o tamanho da raiva, assim como a intensidade das suas críticas, é proporcional ao tamanho da sua não decisão. A sogra não é uma bruxa controladora. É você que não sabe dizer “não” para ela. O namorado não é, necessariamente, um folgado que não se empenha na relação. Pode ser você que não comunica o que quer e, então, ele faz o que considera bom para ele ou para vocês.

Permita-se olhar para seu interior para se entender

É necessário que você identifique e sinta o sentimento primário para poder lidar e elaborar o que estiver acontecendo.

Nesse caso, vale perguntar: por que preciso agradar a todos? Será que, quando criança, eu me senti vista e aceita como era? Será que ainda estou em busca de ser querida e amada e, assim, agradando, eu acredito que as pessoas vão gostar de mim? Será que quero que as pessoas percebam (ou adivinhem) que estou sobrecarregada e tomem “a decisão certa”, tirando de mim essa responsabilidade?

Seja lá o que for, vale a pena aprofundar e perceber o que está lá, bem no fundo, tirando seu sossego e instigando essa tamanha braveza. É provável que você encontre muita força escondida atrás de tantos sentimentos!

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